sábado, 19 de junho de 2010

Minhas 3 obras de arte favoritas

Charô, que comenta sobre artes em geral no seu blog, lançou a pergunta: qual sua obra favorita? Ela citou a sua, uma escultura super-delicada. Pensei muito. Não entendo de arte; para mim, ela é o que me emociona, de alguma forma. Dentro desse conceito, não consegui escolher "uma" obra apenas; então falei de 3 que me tocam profundamente, nem tanto pelo que são ou pela importância histórica, mas pelas lembranças de vida que me trazem quando as vi e/ou tomei conhecimento pela primeira vez de sua existência. E claro, sei que arte inclui literatura, fotografia, música, teatro, etc. mas, como a Charô fala bastante em seu blog sobre artes plásticas e pinturas, tentei focar nessa "categoria" de arte.

Eis então minhas 3 obras de artes plásticas favoritas (com a absoluta certeza de que estou esquecendo pelo menos umas 20, mas.) e o por quê:
















Eu era uma adolescente cheia de espinhas no rosto quando um livro me caiu em mãos, via Círculo do Livro (!!!): Olympia, de Otto Friedrich (uma antiga resenha aqui). Na eepoca, eu começava a me interessar em Impressionismo e decidi encarar a leitura. Decisão acertada: Friedrich conta a história (e as fofocas...) por trás da obra famosa de Manet. Ao terminar o livro, acrescentei mais um sonho maluco a minha lista: ver Olympia ao vivo.

Corta a cena.

O ano é 1997 e estou mochilando na Europa, com o objetivo de ver o maior número possível de quadros de Van Gogh. É meu primeiro dia em Paris, e lá pelas 4 da tarde, estava perto do Musée D'Orsay, onde sabia que os Van Gogh's estavam. Tive uma "brilhante" idéia: ir ao D'Orsay me familiarizar com a sala dos Van Gogh's, vê-los en passant, e voltar no dia seguinte para ficar mais tempo, mas já sabendo onde eles estariam fisicamente no museu. Não "perderia tempo" no dia seguinte - tolinha eu... mal sabia que perder tempo é o que se deve fazer em Paris... Enfim, ao chegar no D'Orsay no fim de tarde, peguei um mapa, localizei a sala dos Van Gogh's e decidi ir firmemente até lá. Eis que entro numa das salas em que eu cortava caminho e dou de cara comOlympia. Enorme, um quadro ocupando toda a parede, aquele sorriso desafiador, a nudez pacata de um Manet cheio de intenções. As emoções vieram à tona e as lágrimas desceram pela surpresa misturada de realização ao relembrar o sonho da juventude. Àquela altura da vida, eu nem sabia queOlympia estava no D'Orsay. Mas estava, e eu a encontrei. Os Van Gogh's ficaram pro dia seguinte. Fiquei o resto da tarde admirando Olympia, emocionada, realizada. O primeiro presente que Paris me ofereceu foi simplesmente inesquecível.



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