domingo, 20 de junho de 2010

Um passeio pelo mundo virtual da arte paranaense

É cada vez mais evidente que são os sites e blogs que estão alimentando mentes que precisam de mais do que lhes é dado pelos circuitos formais de informação e conhecimento.

É notória a migração de jornalistas de renome para endereços virtuais. No Paraná também está acontecendo isso. Um jeito pessoal de ver o mundo e a liberdade de escrita são características de sites como Bacana,O Bule, Movimento Leite Quente, Cracatoa Simplesmente Sumiu, Tinidos, O Plano b.

O Movimento Leite Quente é resultado da postura ‘guerrilheira” em prol da música curitibana de Marielle Loyola, vocalista da banda Cores d Flores. Lá, o visitante vai encontrar um cadastro de bandas paranaenses, entrevistas e textos de alguns colaboradores, também sobre teatro. O Tinidos é feito por jornalistas que estão começando na carreira e músicos. Começou como um projeto de conclusão do curso e tem cacife para virar uma referência. Tem colunas como Na Estrada (resenhas de shows fora de Curitiba), Tinidos do Mês (um artista a cada edição) e o Fórmula Indie, que passa contados de selos, gravadoras e produtores para facilitar a vida de quem está começando. Entre os envolvidos nesse projeto estão a jornalista Fabiana Bubniak e o músico Rodrigo Lemos (da banda Polexia).

O Bule é mais antigo, está na ativa desde 2000, resultado também de um projeto de conclusão de curso. Entre seus 12 colunistas estão algumas pessoas conhecidas de longa data do circuito das artes locais. O projeto foi idealizado por Guto Gevaerd e André Scheinkmann, “numa época em que - parafraseando o Leminski - Curitiba ainda estava à procura de sua identidade cultural. (Hoje estamos quase achando.)”, diz a apresentação. Decidiram fazer um informativo sobre o melhor da cultura de Curitiba, do Brasil e do mundo - e José Vargas fez a produção visual. “A primeira fornada ficou uma beleza, e recebeu três notas 10 da banca de avaliação”, conta o site no link sobre sua história.

Já o Bacana abriga os textos de cultura e comportamento de Abonico Smith, jornalista conhecido nacionalmente por sua dedicação ao jornalismo musical. Desde que saiu das redações de jornais, há cerca de 5 anos, ele vem soltando suas opiniões nesse endereço eletrônico, onde também publica entrevistas e não se atém só à cena local.

Outro endereço interessante é o Cracatoa Simplesmente Sumiu, capitaneado por outro jornalista veterano, Alessandro Martins – junto de Alícia Ayala, Karla Juliane, Pedro Cunha. Começou como uma coluna dele em outro site, virou um blog e finalmente assumiu o formato atual. Aos poucos foram entrando novos aliados e hoje são cerca de 20 colaboradores entre colunistas, fotógrafos, ilustradores e designers. “A idéia é em linguagem simples contar histórias. Para isso usamos a fotografia, o texto, o som de diferentes maneiras, das mais tradicionais às mais diferenciadas. Não nos preocupamos em ser inovadores, no entanto temos nos dedicado à narrativa nas mais diferentes formas”, explica Martins. Uma seção onde se foge um pouco do enfoque narrativo é a coluna Garota Cracatoa. “Buscamos uma forma alternativa de mostrar a nudez e a beleza feminina, nunca em busca da perfeição, mas do belo que pode haver no real”, conta. Tem ainda o projeto Eu Estive em Cracatoa (no qual os leitores mandam suas fotos preferidas para que Martins conte histórias com elas), e Tarô de Cracatoa, em que textos do jornalista ilustram cartas criadas pelo artista plástico Thiago Gonçalves.

O Cracatoa não passa mais de dois dias sem atualização. Para o jornalista. a internet é hoje um meio de expressão artística mais forte até do que os meios físicos. “Tomo o meu caso como exemplo. Para publicar um livro teria que correr atrás de Lei de Incentivo. Editaria uns mil exemplares que ficariam encalhados em algum lugar e, dada a qualidade dos produtos que saem através dos instrumentos de mecenato, nem seriam levados a sério. O que escrevo não chegaria aos potenciais leitores”, argumenta. Na internet, ele tem pelo menos 150 leitores fiéis além de outros 150 esporádicos, muitos deles estão no exterior, até no Japão. A tendência é que isso cresça. “Dizem que a internet não é um meio que privilegia a peneridade de um trabalho. Na verdade, não estou preocupado com a peneridade. Estou preocupado com agora. Deixe que a posteridade cuide dela mesma com a sua habitual sabedoria”.

Endereços:
www.mleitequente.innnet.com.br
www.tinidos.com.br
www.obule.com.br
www.bacana.mus.br
www.cracatoa.com.br
www.oplanob.com.br


Nenhum comentário:

Postar um comentário